Zilda Arns Neumann, médica pediatra, sanitarista e especialista em Pediatria Social e Saúde Pública, é a criadora da bem-sucedida metodologia aplicada no trabalho da Pastoral da Criança, organismo da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – que ela coordena desde 1983. Com sede em Curitiba (PR), a Pastoral presta atendimento básico a crianças nas áreas de saúde pública, nutrição e educação. Zilda nasceu em 25 de agosto de 1934, em Santa Catarina.
Aos 73 anos, ela já foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz três vezes seguidas e recebeu 19 prêmios entre 1988 e 2002. Por exemplo, uma menção especial pela UNICEF – Brasil como personalidade brasileira de destaque no trabalho em prol da saúde da criança; o Prêmio Internacional OPAS – Organização Pan-americana de Saúde, em Administração Sanitária, em 1994, e o título de Heroína da Saúde Pública das Américas, em 2002.
Todo esse reconhecimento não é por acaso. O trabalho que Zilda lidera envolve mais de 83 mil voluntários e acompanha mais de 2 milhões de famílias e 3 milhões de crianças menores de 6 anos de idade em 22 mil comunidades pobres de todo o país.
Antes de começar a coordenar a Pastoral, Zilda atuou em diversas outras frentes. Trabalhou como pediatra no Hospital de Crianças Cezar Pernetta, em Curitiba, onde lidava com bebês menores de um ano, como diretora técnica da associação filantrópica Sara Lattes e como chefe da divisão de Proteção Social do departamento da Criança da Secretaria de Saúde Pública do Paraná. Em 1980, durante a primeira epidemia de poliomielite no Estado, coordenou a campanha de vacinação Sabin. Dois anos depois, em 1982, uma comunidade de bóias-frias localizada no município de Florestópolis, no Paraná, foi escolhida para a experiência piloto da implantação do projeto de Zilda, por apresentar índices alarmantes de mortalidade infantil – 127 por mil nascidos vivos. Depois de fazer um treinamento na John Hopkins University, nos EUA, ela foi convidada em 1983 pela CNBB e pela Unicef para fazer, com a Igreja, um trabalho pela sobrevivência infantil, tornando-se coordenadora nacional da Pastoral da Criança.
O grande diferencial do trabalho de Zilda Arns surge a partir da noção da importância da prevenção. A metodologia empregada para tornar eficiente o trabalho dos voluntários é a sua transformação em agentes sanitários, que atuam nas próprias comunidades onde moram – prática recomendada pelos organismos internacionais voltados à saúde pública. Treinados, eles se tornam líderes comunitários aptos a pôr em prática ações básicas de saúde e a acompanhar constantemente as famílias que estão sob sua responsabilidade. O aumento da qualidade de vida evita que surjam doenças e problemas de saúde.
Zilda Arns morreu em 12 de janeiro de 2010 em um terremoto no Haiti, onde iria ministrar uma palestra na conferência Nacional dos Religiosos do Caribe.
http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/biografias/zilda-arns/
Nenhum comentário:
Postar um comentário