Preguiçoso, desligado, desorganizado, são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico, fazendo parte do seu
dia-a-dia. É com uma vivência de múltiplos insucessos e com sua auto-estima bastante rebaixada que a criança
(ou adolescente) disléxica chega ao consultório do psicopedagogo ou na escola.
A dislexia é definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração. A
letra ruim, troca de letras, lentidão, caracterizam esse distúrbio. A criança tem inteligência, enxerga e ouve bem,
expressa-se com fluência oral, no entanto, seu desempenho escolar não combina com seu padrão geral de atuação.
Ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades. Ele responde muito bem a tudo
que passa para o concreto. Tudo que envolve os sentidos é facilmente absorvido. O disléxico também tem sua
própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
O mais freqüente é os pais procurarem um psicopedagogo quando a criança está com 10 , 11 anos, no 6º ano, pois estes enfrentam múltiplas exigências de diferentes professores e sua leitura, escrita e desorganização ficam mais evidentes.
Pesquisas mostram que cerca de 10 a 15 % da população mundial é disléxica. Também, ao contrário do que pensam,
a dislexia não é resultado de má alfabetização, desmotivação, desatenção, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Alguns fatores que são observados para diagnosticar dislexia em crianças na idade escolar:
• Dificuldade na aquisição ou automação da leitura e escrita; • Desatenção e dispersão; • Dificuldade em copiar de livros ou da lousa; • Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos/pinturas) e/ou grossa (ginástica/dança); • Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos; • Dificuldades visuais, podemos perceber a desordem no papel e na própria postura da cabeça ao escrever; • Confusão entre direita e esquerda; • Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas...; • Vocabulário pobre, sentenças curtas, imaturas ou sentenças longas e vagas; • Dificuldade na memória de curto prazo, como recados e instruções; • Dificuldade em decorar seqüências, como alfabeto, meses do ano...; • Dificuldade na matemática e desenho geométrico; • Problemas de conduta como: retração, timidez excessiva, depressão, e menos comum, mas também possível, tornar-se o “palhaço” da turma; • Grande desempenho em provas orais. |
Diagnóstico
Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem , não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes, etc.
Identificando o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, deve-se buscar ajuda especializada. Uma
equipe formada de psicólogo, fonoaudiólogo, e se necessário neurologista, oftalmologista e outros.
É muito importante ainda tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente. Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, através de um relatório por escrito.
Conhecendo-se as causas das dificuldades e os potenciais do indivíduo, ocorrerá o encaminhamento mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressivo. O acompanhamento profissional
dura de dois a cinco anos, dependendo do caso.
fonte: ABD e FONAR – Fonoaudiologia
www.dislexia.org.br
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