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Família e amigos

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


Ratinhos a ratinha

Mamãe rata estava tremendamente preocupada, o inverno estava quase chegando, e ela sabia que tinha muita coisa a ser feita. Pela revoada dos pássaros antes do tempo até ela já sabia que o inverno deste ano seria muito rigoroso.

Papai rato havia saído para buscar alimento, fazia tanto tempo que ela já não esperava seu retorno. Vida de rato é muito perigosa, os humanos estão sempre nos perseguindo e querendo acabar com nossa raça! Para eles nem importa se somos ratos do campo, limpinhos e não transmissores de doenças, basta ser rato que eles já vem com a vassoura atrás… Nós aqui do campo nos alimentamos de raízes, sementes, castanhas, frutinhas e de vez em quando, quando queremos muito variar o cardápio, vamos às fazendas para emprestar um pouquinho de queijo ou milho das galinhas.

Olhando os 3 filhotinhos, dormindo todos numa só bolinha de pelo fofo, ela imaginava como eram felizes, sem imaginar as dificuldades que a vida lhes reservava. Não podia deixá-los sozinhos para ir buscar alimento, esses eram muito sapecas, e ela sabia que havia um gato selvagem que já lhes havia farejado e estava sempre de prontidão perto da entrada de sua toca.

Oh! Que poderei fazer eu? Imaginava ela em toda sua preocupação e insegurança quanto ao futuro de seus filhinhos.

O tempo continuava passando, os ratinhos percebiam que alguma coisa não andava bem, mamãe quase não saia da toca e papai não chegava nunca!

A comidinha tão gostosa, agora mamãe só dava de pouquinho e só depois que eles pediam muito, o que estava acontecendo?

Mamãe matutando num cantinho, sabia que já não tinha mais suprimento, a comida não iria durar mais que um dia, apesar de todo racionamento. Estava decidida: hoje ela sairia da toca, iria arranjar comida! Tentou distrair as crianças, mas quando saiu lá fora viu que imediatamente o gato selvagem se levantara de seu esconderijo, tinha percebido sua presença! E o pior, a neve começara a cair… Um vento forte soprava, o que fazer? Agora já não havia solução para seus problemas… O jeito era voltar para casa, abraçar os filhinhos e torcer para um fim rápido sem sofrimento

A tempestade aumentava, o vento gemia tão forte lá fora, que as crianças chegaram a perguntar quem estava chorando…

Mamãe tentava acalmá-los e também a si mesma,como é difícil ficar firme em situações difíceis…

E em meio a todas essas preocupações mamãe adormeceu junto com os filhotinhos e com a incerteza do amanhã. No meio da noite sentiu um estremecer tão forte, que pensou que sua hora finalmente chegara, como estava tão cansada nem se preocupou, mas continuou dormindo se preparando para o fim.

É manhã, o vento está calmo e a tempestade lá fora cessou, mamãe olha para os lados, conta os filhotes, bom, estão todos aqui! O que aconteceu? Ela até já se imaginara no céu dos ratinhos. Foi espiar lá fora, e viu que o grande carvalho havia sido derrubado pela tormenta. Já não havia sinal do gato e ela até arriscou se aproximar da árvore, para ver o estrago. Mas, que maravilha, o carvalho estava apodrecido por uma colônia de cupins que se instalara em seu interior e por causa disto, havia para ela muito alimento: cupins, larvas e mel de cupins, raízes e a própria madeira podre! Que maravilha, vida em meio a preocupação, esperança em meio ao medo. Obrigado velho carvalho, pois com sua morte 4 vidinhas foram salvas!

E assim dona rata, cheia de esperança foi aos poucos carregando o que podia em várias viagens. Pois além do necessário para aquele dia ela aproveitou para encher sua despensa. Lembrando que o inverno seria forte e talvez demorado, precisava se precaver com o dia de amanhã .

Essa foi a estória de hoje, nunca nos desesperemos a ponto de perder a esperança e deixar de lutar. Sempre há o dia de amanhã e com o raiar do sol o nascer da esperança. Se uma ratinha, tão insignificante, consegue vencer a tempestade, quanto mais nós meninos e meninas, tão preciosos para o papai, a mamãe e principalmente Deus que está lá no céu nos vendo e cuidando de nós!

E quanto ao papai rato? Bem, esta é uma outra estória.

Renata G. Guimarães

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